quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Existe uma filosofia brasileira?

     Qual é a forma da filosofia? Se observarmos dentro do cânone da filosofia ocidental encontramos textos de filosofia escritos das mais diversas formas, Platão escreveu diálogos, Montaigne escreveu ensaios, Voltaire escreveu romances satíricos e Nietzsche escreveu aforismos. Então, qual seria a forma da filosofia brasileira? Não faz sentido pensar, dado este contexto, para não falar de filosofia oriental e africana, que somente artigos escritos ao molde da ABNT ou livros escritos aos moldes acadêmicos seriam filosofia.

    Esta questão não é simples em parte porque já passa por uma questão filosófica, como fazemos filosofia? E não temos a pretensão de exaurir esta questão em um post de blog, mas enquanto reflexão vale a pena o questionamento sobre como seria a filosofia brasileira, talvez alguns livros possam nos ajudar a com seus contornos gerais. 

    Por exemplo, A queda do céu de Davi Kopenawa, um xamã indígena, que neste livro oferece uma profunda e abrangente visão sobre a metafisica e a cosmovisão dos povos originários, um tema filosófico tradicionalmente. Kopenawa nos lembra que as tradições indígenas são orais e que este livro é uma exceção, mesmo que contemporaneamente tenhamos algumas lideranças engajadas, como Ailton Krenak, em divulgar o pensamento indígena, seria importante o engajamento por parte dos atuais professores de filosofia e filósofos para trabalhar este tema. Inclusive para o ensino médio, quanto a questão da oralidade, que não é um terreno incomum a filosofia. 

    A filosofia africana também é importante de ser trabalhada não apenas pelo enorme legado de povos africanos no Brasil. O que já é razão suficiente em importância e necessidade, mas a existência da lei 10.639 que torna para os professores de filosofia imperativo saber trabalhar com a filosofia africana.

    Há também aqueles que investigam o cruzamento entre a literatura e a filosofia, este tema no entanto será abordado em outro post que está programado para ser postado em breve, mas por hora pontuamos esta relação. 

    Por fim deixamos a você leitores do blog uma escolha, caso vocês queiram, entre as escolas de filosofia presentes no brasil no século XIX, qual delas você gostaria de ver apresentada em um futuro post a positivista ou a ecletista? Conte para nós, mas só se você quiser.

Muito Obrigado. 

      

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